sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Manhã de chuva



Tirei uma seringa cheia de sangue escuro, nada mau, parece que os glóbulos vermelhos não me abandonaram. Para comemorar, apanhei a primeira grande molha de Outono,fiquei encharcada dos pés à cabeça, já não sabia o que era ver umas calças de ganga a mudar de cor. Aos quinze era a nossa melhor brincadeira no pátio dos pré fabricados da Secundária, chapinharmos nas poças e deixarmos os cabelos a escorrer de chuva. A professora de Fisico-Química a perguntar: expliquem do ponto de vista científico o que vos aconteceu. E nós: mudámos para o estado líquido.

O céu não está apenas escuro, fala na sua língua pouco convencional, é bom que o respeitemos. E a estrada do Sul para fazer com toda esta água. Rolar devagar, assim ainda passo pelo meu território amado e adiado: esse Alentejo. 

~CC~

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