quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Em movimento


Desta vez sempre por estrada, muitas distâncias a percorrer, cruzando do sul ao norte. Do Algarve a Salamanca e de Salamanca ao Algarve, há muito que a minha vida é nómada, sempre que penso que vai abrandar, torna-se mais intensa. Abraços que já tardam e beber das coisas o mais que puder é o programa.

As viagens são normalmente coisas boas, embora o turismo de massas seja um monstro com duas caras. De um lado dá, do outro suga e tira tudo. Por isso prefiro as viagens em que do outro lado está um amigo, as missões de trabalho, os trilhos com um certo sentido. Em Florença esperei longas horas para me desiludir ao vivo com partes das obras que no meu imaginário eram beleza pura.

Depois de olhar para este mapa lembrei-me das outras viagens, as que se fazem em fuga. No ano lectivo passado trouxe à minha escola o grupo de teatro de refugiados do ACNUR e as distâncias palmilhadas eram histórias de dor e resistência. Quase nada sabemos sobre estes refugiados que vivem em Portugal, assim como nada sabemos sobre os Sírios que na Guiné Bissau viram no avião da TAP a própria vida. Tanta indignação para quê? Quem não faria o mesmo para salvar a sua própria vida? Passaportes falsos e depois? Quem não os compraria para fugir da guerra? Tratados, tantos tratados...e em prol de quê?

~CC~




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